Plataforma de música online diz que receita média por utilizador gerada é cinco vezes maior que a média do mercado.
O Qobuz acaba
de tornar público o valor médio pago aos detentores de direitos de autor por
cada stream ou download de música realizado na sua plataforma, alegando ter-se
tornado na “primeira plataforma de streaming a ter a sua taxa média de
pagamento por stream oficialmente validada”.
A empresa de
origem francesa refere que, em média, no seu ano fiscal de 2024 (terminado a 31
de março de 2024) entregou cerca de 17 euros por cada mil reproduções (0,017€,
ou US$0.01873 por cada stream), valores validados por uma auditoria
independente.
A Qobuz
esclarece que os pagamentos são normalmente feitos às entidades detentoras dos
direitos de autor – editoras, distribuidores, produtoras ou empresas de gestão
de direitos.
Segundo a empresa,
cerca de 70% das receitas geradas pelas plataformas de streaming são normalmente
pagas a estas entidades, que depois os canalizam para os artistas e compositores,
de acordo com os termos dos respetivos contratos.
Receitas por utilizador em alta
De acordo com a mesma auditoria, o Qobuz avança que nesse período a receita média por utilizador gerada na sua plataforma foi de 111 euros (121,13 dólares), o que representa “cinco vezes mais receitas por utilizador do que a média do mercado”, afirmando que este valor “resulta num impacto significativo na remuneração dos artistas”.
Através de um
comunicado divulgado pela plataforma, o seu vice-CEO, Georges Fornay, afirmou: "Embora
vários relatórios destaquem as nossas taxas de pagamento como das mais elevadas
do setor, até agora nenhum serviço de streaming tinha divulgado oficialmente os
seus valores. Hoje estamos a dar este passo para uma maior transparência e os valores
que pagamos são agora públicos".
"Esta decisão, sem precedentes no nosso setor – continuou Fornay – é
um primeiro passo necessário para promover um modelo de streaming mais justo e
sustentável. Escolher a Qobuz significa tomar medidas concretas para uma
compensação mais justa para todos os artistas e apoiar a diversidade musical,
valores que os nossos os clientes prezam."
Ainda segundo
os responsáveis do Qobuz, os valores médios pagos aos artistas são possíveis
sobretudo pelo modelo de negócio da plataforma, assente em quatro componentes:
versão gratuita limitada no tempo, sem anúncios; disponibilização de áudio ‘lossless’
ou em alta resolução, permitindo um posicionamento ‘premium’ do serviço; lojaonline não limitada a subscritores de streaming, que disponibiliza álbuns em
alta resolução e qualidade de CD, com compensação direta e maior aos detentores
de direitos; e uma gama diversificada de artistas e géneros musicais, incluindo
uma forte aposta no jazz e na música clássica, por exemplo.
A questão da remuneração dos músicos e artistas por parte das plataformas de streaming tem sido um dos temas 'quentes' da indústria fonográfica, sobretudo pelos valores alegadamente baixos pagos aos detentores dos direitos. Recentemente, a islandesa Björk deu voz a essas críticas, definindo o Spotify como “provavelmente,
a pior coisa que aconteceu aos músicos”.