O streaming dominou as receitas globais geradas com a venda de música gravada, que crescem há dez anos consecutivos.
Pelo 10º ano
consecutivo as receitas geradas pelo mercado global de música gravada aumentaram
face ao ano anterior, indica o Global
Music Report 2025, publicado esta semana pela Federação Internacional da
Indústria Discográfica (International Federation of the Phonographic Industry,
ou IFPI).
Segundo aquela instituição, o mercado global de música
gravada representou 27 mil milhões de euros durante 2024, um
aumento de 4,8% face à totalidade das receitas obtidas no ano anterior. Destes,
cerca de 69% (cerca de 19 mil milhões) foram gerados pelos serviços de streaming
– quer pagos, quer suportados por publicidade –, cuja utilização cresceu perto de 10%.
“O papel
essencial que a música desempenha em tantas partes das nossas vidas é
evidenciado pelo crescimento contínuo da indústria global” – afirmou em
comunicado a CEO da IFPI, Victoria Oakley, defendendo que “o que é tão
entusiasmante é o facto de ainda existir um grande potencial para um maior
desenvolvimento, através da inovação, das tecnologias emergentes e do
investimento tanto nos artistas como nas partes em evolução do crescente
ecossistema musical global”.
Crescimento em
todas as regiões
O relatório da IFPI mostra um crescimento do mercado e das receitas em todas as regiões do mundo, com o Médio Oriente e o Norte de África a surgirem como as regiões que com maior aumento de receitas - 22,8%. Seguiu-se a região da África Subsariana (22,6%), América Latina (22,5%), Europa (8,3%), Ocenia (6.4%), EUA e Canadá (2.1%) e a Ásia, com o menor crescimento de receitas de todos - 1.3%.
“Houve uma
história positiva de crescimento em todo o mundo, uma vez que o trabalho e o
investimento das editoras discográficas contribuíram para que todas as regiões
registassem um crescimento das receitas em 2024” – pode ler-se no comunicado da
IFPI.
Streaming domina, vinil cresce
Entre os
diferentes tipos de suportes e formatos usados para a venda de música gravada,
os serviços de streaming geraram receitas que ultrapassaram, pela primeira vez,
os 20 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros). Para se ter uma noção
da dimensão destes valores, a IFPI refere que “foram superiores às receitas
totais da indústria da música gravada para cada ano entre 2003 e 2020”.
Ao nível dos
formatos físicos “foi um ano mais difícil”, segundo a IFPI, com as receitas a diminuírem
3,1%. A explicação, segundo esta associação, está no “forte desempenho”
registado pelos suportes físicos de música gravada em 2023, “quando as receitas
subiram 14,5%”, pelo que o desempenho de 2024 é tido como uma espécie de ‘correção’
do próprio mercado.
Mesmo com as
vendas globais de suportes físicos a descer, as receitas do vinil continuaram a
crescer em 2024, com um aumento de 4,6% - “o que constituiu o18.º ano
consecutivo de crescimento”, indica o Global Music Report 2025.
Por fim, as
receitas com os direitos de execução, associadas aos pagamentos feitos aos autores,
compositores, editoras sempre que as suas músicas são reproduzidas publicamente
atingiram 2,7 mil milhões de euros em 2024, o que representa um crescimento de 5,9%
- “o quarto ano consecutivo de crescimento das receitas”.
Taylor Swift na frente
O Global Music Report 2025 inclui também uma componente dedicada aos artistas que mais venderam e lucraram em 2024 e, tal como noutros relatórios, também aqui Taylor Swift surge no topo. Atrás da norte-americana surgem o canadiano Drake e os sul-coreanos Seventeen, seguidos por Billie Eilish, pelos Stray Kids, The Weeknd, Zach Bryan, Eminem, Kendrick Lamar e Sabrina Carpenter.