Nos anos 70 e 80 Luís Vasconcelos fotografou nomes maiores da música nacional e internacional. A Tinta da China reúne-os agora em livro.
Entre o 25 de Abril e o final da década de 80, o fotojornalista português Luís Vasconcelos registou alguns dos principais músicos, grupos e concertos que marcaram a sociedade portuguesa, entre nomes maiores do panorama nacional e alguns dos mais importantes a nível internacional.
Esses registos deram o mote para uma nova edição em papel com o selo da Tinta da China, agora chegada ao mercado sob um título sugestivo: «Vinil», que vai buscar o nome e o design da capa ao principal suporte de reprodução musical da época, na altura desafiado ‘apenas’ pelas cassetes – piratas, e não só...
Foi esta a forma encontrada pelo autor e pela editora para, porventura, atrair um público melómano, com alguma memória musical ou, pelo menos, amante deste regresso aos discos negros analógicos.
De Zeca e Rui Veloso aos Stones e Odetta
«Vinil» é um livro sobre música e músicos, onde os registos fotográficos se sobrepõem claramente às palavras. As imagens são, na sua maioria, a preto e branco, algumas delas registos icónicos que facilmente se identificam pela sua utilização nas capas e contracapas de álbuns.
Das poucas palavras presentes neste livro, Jorge Pereirinha Pires fala, no posfácio, do contexto em que as imagens de «Vinil» foram registadas: «É a primeira vez que Luís Vasconcelos revisita este lote de trabalhos relacionados com o mundo da música, dos músicos e dos concertos que influenciaram a memória coletiva de pelo menos uma geração, entre o 25 de Abril e os anos subsequentes à entrada de Portugal na CEE, um período em que o vinil e os gira‑discos ainda reinavam, a cassete pirata era o flagelo das editoras discográficas, e não havia autoestrada entre Lisboa e Porto”.