Se entre as suas decisões de Ano Novo se encontra começar a apoiar mais os seus artistas favoritos (e se a forma que tem de os ouvir é, sobretudo, através de serviços de streaming), temos notícias para si: o Spotify é dos que paga menos. Mas descobrimos qual o que paga mais!
Vamos abreviar o click bait. De acordo com várias fontes consultadas pela Música & Som, o consenso parece ser o de que o serviço que paga pior aos artistas é o popular Spotify (e o igualmente popular Youtube Music). E não "contente" com pagar pouco, a empresa ainda decidiu, unilateralmente, deixar de pagar aos artistas com menos de 1000 streams.
Se entre as suas decisões de Ano Novo consta mudar a forma como ouve música escolhendo para tal um serviço de streaming que pague melhor aos artistas, a escolha certa é igualmente europeia e chama-se Qobuz.
A verdade é esta: os serviços de streaming pagam aos artistas por cada stream reproduzida de forma inversamente proporcional à sua popularidade. Ou seja, é verdade que o Spotify e o Youtube Music pagam miseravelmente aos artistas, mas o mais provável é que estes ainda assim ganhem mais do que com outras plataformas (a maioria está em todas elas), porque acabam por ter a sua música reproduzida mais vezes do que em serviços que pagam mais por stream, como o Qobuz, o Tidal ou até mesmo a Apple Music.
O caso do Spotify é especialmente mau, porque a empresa foi apanhada em práticas que, sendo legais, são muito pouco éticas, desenhadas para maximizar o seu lucro, à custa do retorno para os artistas.
Acresce que, como eu próprio já descobri, não é fácil mudar de hábitos. Cá em casa, por exemplo, temos um plano "familiar" do Spotify e, além da minha pessoa, a vontade do resto do pessoal em mudar é basicamente nula.
Isto mesmo tendo em consideração que o Qobuz, para ir buscar o melhor exemplo, custa praticamente o mesmo que o Spotify (no caso do plano familiar, apenas mais 1€/mês), disponibiliza música em ficheiros lossless e tem apps para todas as plataformas, incluindo para desktops (ao contrário do YouTube Music, por exemplo).
Melhor: é possível transferir favoritos e playlists entre serviços sem grandes problemas.
Termino com uma tabela, entre as muitas que encontrei online em vários artigos sobre este tema (valores em cêntimos de USD por stream), e deixo-vos um desafio: se usam o Spotify, estarão dispostos(as) a mudar de serviço para outro que recompense melhor os artistas?
- Spotify: $0,003 a $0,005
- Apple Music: $0,007 a $0,01
- Amazon Music: $0,004 a $0,005
- Tidal: 0,012 a $0,015
- YouTube Music: cerca de $0,00069
- Deezer: $0,0064
- Pandora – $0,00133 no Pandora Premium
- Qobuz: cerca de $0.043
P.S.: Claro que isto é apenas para os que se limitam a ouvir música através de streaming, porque é evidente que há outras formas de apoiar os artistas: ir aos concertos, adquirir merchandising, comprar cópias físicas dos discos (sobretudo LPs), etc.!