Teste: Lenovo Tab Plus – o rei da música

António Eduardo Marques
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Lenovo Tab Plus

Falámos do Lenovo Tab Plus em junho passado, quando foi anunciado. Agora, tivemos oportunidade de o testar e tentar perceber melhor, afinal, a quem se destina.


O primeiro tablet da era moderna, tal como o conhecemos hoje, foi lançado em janeiro de 2010 pela Apple: o iPad original. Já o primeiro tablet baseado em Android (à altura, numa versão ainda pouco otimizada para ecrãs de maiores dimensões) surgiria poucos meses depois, sob a forma do Samsung Galaxy Tab, revelado na IFA do mesmo ano.

Depois de um arranque fulgurante, esta nova categoria de produtos, que basicamente destruiu outra categoria, a dos netbooks (criada pela Asus e pelo seu Eee PC), atingiria o seu pico de vendas em 2014. Desde então, no entanto, as vendas de tablets (sejam da Apple ou das inúmeras marcas que usam Android) têm vindo a cair. Isto porque os consumidores compreenderam que se é verdade que este é um produto interessante para consumir conteúdos, é bem menos interessante para produzir conteúdos e, ao contrário do que muito do marketing inicial levava a crer, não é um verdadeiro substituto para um notebook completo, com teclado.

Outra razão, é o facto de os modernos smartphones terem crescido substancialmente de tamanho. Por exemplo, o iPad Mini original tinha um ecrã de 7,9''; já um iPhone 16 Pro Max tem um ecrã de 6,9''.

Apesar de tudo, os tablets têm o seu nicho e vieram para ficar. Mas uma das questões que se colocam neste mercado prende-se com a diferenciação – os tablets tendem a ser todos iguais, ou muito parecidos entre si, à exceção do tamanho do ecrã. E é neste aspeto que este Lenovo Tab Plus marca pontos.

Som by JBL


Lenovo Tab Plus


O principal fator de diferenciação nesta máquina é a sua capacidade de reprodução sonora. E é algo que nos interrogamos como é que ninguém apostou antes. Afinal, não é o tablet, sobretudo, um dispositivo para consumir conteúdos?


Em termos de hardware, a Lenovo conseguiu esta diferenciação através de duas funcionalidades. A mais óbvia, e importante, é a presença de um sistema de som algo substancial, com oito altifalantes, concebido para este tablet pelo especialista JBL – um facto interessante, porque esta marca pertence à rival Samsung desde 2017.


Estes altifalantes têm saídas laterais no chassis do Lenovo Tab Plus, o qual ganha maiores dimensões na parte inferior precisamente para os suportar.  


Lenovo Tab Plus Dolby Atmos


O posicionamento lateral parece não fazer muito sentido, até que pegamos no tablet com as duas mãos: as saídas dos altifalantes ficam diretamente sobre as nossas mãos, em concha, que acabam por redirecionar o som na nossa direção. O efeito é excelente e a diferença, face a um tablet normal, é significativa e bastante impressionante: os graves fazem-se sentir e a diferença face a um tablet convencional chega a ser dramática.


Lenovo Tab Plus



Filmes e concertos reproduzidos a partir deste tablet ganham uma dimensão que é simplesmente impossível de obter através de qualquer outro tablet – a menos que utilizemos auscultadores.


Um dos cenários de utilização é precisamente este: a sua utilização individual para ver um filme ou um vídeo no YouTube sem termos de usar auscultadores para tirar partido da banda sonora. Mas outra possibilidade é a utilização deste tablet para apresentações, numa mesa de reuniões. Para isso, o Lenovo Tab Plus mostra aqui o seu segundo fator de diferenciação, ao incorporar um suporte que o mantém "em pé".

Lenovo Tab Plus em pé



Para quem preferir utilizar auriculares ou auscultadores, claro que o 
Lenovo Tab Plus também o permite (embora, neste caso, o seu valor acrescentado seja irrelevante), incluindo não só a usual conectividade Bluetooth (5.2) mas, também, uma tomada mini-jack de 3,5mm com suporte para microfone e auscultadores.

Relação qualidade-preço


Tecnicamente, a máquina não tem especificações de topo, mas vem bem equipada e justifica plenamente o preço pedido. 


O processador é um SoC Mediatek G99, vocacionado para gaming e com suporte para ecrãs com velocidade de atualização até 120 Hz – aqui a controlar um LCD de 11,5'' com resolução de 2000x1200 a 90 Hz.

A versão à venda em Portugal tem apenas 128 GB de armazenamento (existe outra, noutros mercados, com 256 GB), mas o facto de incluir uma ranhura para cartões microSD significa que podemos expandir facilmente o espaço para música e vídeo até uns 2 TB adicionais, pelo que não me parece que este seja um aspeto negativo.

Já a conectividade, que é dependente do SoC usado, é aqui "apenas" Wi-Fi 5, o que se pode considerar, em 2024, o ano do Wi-Fi 7, como um pouco desapontante.


Veredito


O Lenovo Tab Plus é um equipamento efetivamente diferente dos seus concorrentes, com funcionalidades no campo da reprodução da música que oferecem valor acrescentado, especialmente para consumidores que procurem um tablet para ser usado num de dois cenários: desfrutar de conteúdos diretamente no tablet, como filmes, séries e concertos; e para comerciais que usem o seu tablet para fazerem apresentações a clientes.

O PVP de referência indicado pela marca para o mercado português é de 349€, mas é possível adquirir este Lenovo por bastante menos através da Amazon Espanha (283€ à data de publicação deste artigo). 


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