Roy Gandy, co-fundador e dono da britânica Rega Research, anunciou a sua reforma e doou 100% da empresa aos trabalhadores.
“O dia 28 de outubro de 2024 foi um dia significativo na nossa história, que garantirá que a Rega continuará por muito tempo no futuro e que a nossa estratégia permanecerá inalterada”.
A frase faz parte do comunicado oficial da Rega sobre a ‘passagem à reforma’ do seu co-fundador e mentor, Roy Gandy, que decidiu doar 100% da empresa a um fundo do tipo Employee Ownership Trust (EOT).
A ideia é evitar a venda da empresa e potenciais aquisições por investidores externos, protegendo a “cultura e décadas de trabalho árduo”, ao mesmo tempo que tenta reforçar a segurança e estabilidade dos funcionários .
Nada mudará no dia a dia
Até no anúncio da sua reforma o ‘senhor da Rega’ manteve algum do romantismo que a empresa sempre aplicou na criação dos seus equipamentos.
O objetivo foi proteger a independência da empresa face ‘à pressão da indústria’, deixando o legado aos trabalhadores que ajudaram a criar e manter essa independência desde 1973 – o ano da fundação da Rega.
Em todo o caso, o comunicado da Rega refere que “nada mudará no dia a dia". O fundo EOT passa a ser proprietário da empresa em nome de todos os trabalhadores, terá participação nas decisões mais importantes, mas sem assumir a direção. Essa continuará a cargo de Roy Gandy, que irá também manter o seu trabalho em I&D e vendas - “as duas áreas de que mais gosta”, explica a Rega.
Em jeito de resumo, a Rega defende que a passagem da propriedade aos funcionários lhes dará um novo nível de responsabilização, crucial para dar continuidade “aos valores da nossa empresa. (...) Estas grandes mudanças asseguram que nada mudará e que podemos continuar a conceber e a fabricar à mão produtos de alta-fidelidade de nível mundial e acessíveis, aqui no Reino Unido, seguros de que a Rega está protegida para os próximos anos”.