Marantz Stereo 70s | |
Na década de 1980 era comum as famílias terem em casa um sistema de alta fidelidade. Normalmente, era formado por vários componentes colocados num móvel dedicado, que disputava o lugar de relevo na sala de estar com a televisão.
Nas casas dos mais afortunados era possível encontrar equipamentos da marca Marantz, alguns, herdados dos anos 1970, a era de ouro dos receivers. Como o nome sugere, o Stereo 70s é um recetor estereofónico e o “70s” significa que faz parte da série de aniversário que marca os 70 anos desde que Saul Marantz criou a empresa em 1953.
Marantz Stereo 70s Bowers & Wilkins 607 S3 |
O Stereo 70s pretende assumir o controlo de todas as fontes de áudio numa sala de estar moderna, incluindo o televisor. Para isso conta com 6 entradas de vídeo HDMI com suporte para HDR, HLG, Dolby Vision, HDR10+, e Dynamic HDR. Das quais 3 suportam 8K e uma tem ARC para controlo do volume de som. Os gamers não foram esquecidos e estão presentes tecnologias como: ALLM (Auto Low Latency Mode) e VRR (Variable Refresh Rate) para jogar sem compromisso com a consola preferida. Mais três entradas de linha analógicas, pré amplificação para gira-discos com células MM e um amplificador estéreo de dois canais com 75 watt por canal a 8 Ohms. Sobe para os 100 watt aos 6 Ohms, mas a marca não refere valores para os 4 Ohms, o que sugere que a fonte de alimentação não é tão robusta como o transformador toroidal com isolamento magnético que encontramos no substancialmente mais caro Marantz Model 40n.
|
Não há, portanto, descodificação de audio multicanal. Mas é possível adicionar até dois subwoofers, e configurar a frequência do crossover em incrementos de 10Hz até aos 120hz. Através das entradas coaxial e ótica Toslink, o DAC interno descodifica sinais PCM até 24 bit 192 Khz e DSD até 5.6MHz. Além disso tem ainda Bluetooth e Wi-Fi, bem como um recetor de rádio FM. O que o torna um verdadeiro recetor, e nos remete para a altura em que se pretendia uma performance sonora melhor do que os televisores eram capazes e oferecer.
Graças à sua compatibilidade com as tecnologias Heos e Apple AirPlay 2, o amplificador conectado Marantz Stereo 70s pode ser integrado num sistema de áudio multisala. A tecnologia Heos permite ouvir serviços de música online ou fontes conectadas ao amplificador, em outros amplificadores, colunas e dispositivos Denon e Marantz compatíveis com Heos. É possível ouvir a mesma música em todas as zonas ou, uma música diferente em cada zona. O controlo da reprodução é feito facilmente a partir de um smartphone ou tablet usando a aplicação gratuita Heos (compatível com Android e iOS).
Na secção de amplificação do Stereo 70s encontramos uma solução discreta de amplificação Classe A/B que utiliza os High Dynamic Amplifier Modules (HDAM), proprietários que até agora a Marantz apenas utilizava nos seus amplificadores high-end. A marca garante que proporcionam um caminho menos ruidoso para o sinal e consequentemente uma reprodução musical mais limpa. Existe uma funcionalidade “M-DAX” para ser aplicada em fontes de áudio digital com baixa resolução como rádios online, mas no nosso teste utilizamos sobretudo o modo “Pure Direct” que desliga o circuito que alimenta o pequeno ecrã redondo para uma reprodução livre de interferências.
O funcionamento extremamente silencioso do Stereo 70s coloca à disposição das colunas Bowers & Wilkins 607 S3 uma “tela” completamente limpa para “pintar” um quadro musical amplo e bem definido. Este modelo de prateleira, é a forma mais acessível de entrar no mundo da lendária marca britânica. Tratam-se das colunas mais pequenas da gama de entrada 600 que receberam alguma tecnologia das gamas superiores para melhorar a sua performance. As 607 S3 têm uma configuração de duas vias, aplicada num design elegante, semelhante ao das antecessoras S2.
Os altifalantes estão agora mais próximos, com a unidade de médios-graves “Continuum” de 13 cm de diâmetro a subir para junto do responsável pelas altas frequências, para uma reprodução musical mais coerente. O woofer utiliza um imane mais potente e o tweeter de 25 mm é desacoplado com dupla cúpula de titânio, um tubo de carga mais longo e uma nova grelha. O crossover tem componentes com melhor qualidade e a caixa viu a sua rigidez ser reforçada. A traseira assume um design próximo das 700 S3 com os conetores mais afastados da porta reflex. Tudo para acrescentar transparência e refinamento, sem sacrificar detalhe nem resolução.
Durante as audições revelaram detalhe e refinamento, com muito dinamismo, como foi possível comprovar enquanto assistimos ao filme “The Creator” que tem uma banda sonora com uma escala alargada, mas onde a reprodução dos diálogos foi clara. Quando utilizadas para ouvir exclusivamente música, as 607 S3 estão tão à vontade a tocar apenas como “pano de fundo”, durante um jantar, como quando queremos escutar um tema com mais atenção. São capazes de revelar tanta informação, quanto melhor for a gravação, como pudemos ouvir no álbum “Mil Coisas Invisíveis” de Tim Bernardes. Um disco intimista, cujas interpretações vocais de Bernardes oscilam entre o silêncio sussurrado e uma voz capaz de preencher o Coliseu dos Recreios, como aconteceu no seu último concerto a que assistimos.
|
Com a aplicação da Marantz é possível controlar completamente o Stereo 70s, desde a entrada que pretendemos usar, à zona da casa onde queremos ouvir música. Os fãs do software de gestão de música Roon ficarão satisfeitos com suporte para o Stereo 70s, que permite passar ao lado da lenta, e por vezes não responsiva aplicação Heos.
Marantz Stereo 70s: 1 000 euros
Bowers & Wilkins 607 S3: 800 euros
Disponíveis em B&W Group Spain
Suportes de colunas Quadraspire: a partir de 487 euros, disponíveis em Exaudio
|