iFi Zen Phono |
Com a acentuada descida da utilização dos discos em vinil no final dos anos 1990 e durante uma boa parte dos anos 2000, a maioria das marcas deixou de integrar a pré-amplificação de phono nos seus amplificadores.
Quem fizesse questão de continuar a ouvir os seus discos tinha de ter o cuidado de se certificar que o amplificador tinha uma entrada phono, ou em alternativa adquirir um pré-amplificador em separado. Muitas marcas continuaram a comercializá-los, mas a procura não era muita e também não eram baratos. O ressurgimento do interesse nos discos em vinil nos últimos anos fez aumentar a procura por este tipo de pré-amplificadores, com cada vez mais fabricantes a oferecerem soluções como esta que aqui testamos.
A iFi é um fabricante apostado em criar componentes de alta-fidelidade capazes de rivalizar com alternativas que podem custar o triplo do dinheiro. O iFi Zen Phono amplifica não só as comuns células MM (íman móvel), mas também as mais exóticas MC (bobine móvel), com ganho entre os 36dB e os 72dB, e é construído com base num circuito balanceado para reduzir contaminação entre os canais. Naturalmente, a iFi recomenda que se ligue o Zen Phono na saída balanceada de forma a se obter a melhor performance, mas infelizmente a saída disponibilizada só pode ser utilizada com uma ficha TRS Pentaconn 4,4 mm, que é muito difícil de encontrar sem ser através do site da própria iFi. É aqui onde o seu valor se transforma num achado pois é uma funcionalidade incomum pelo preço pedido. Até a fonte de alimentação do pequeno transformador foi alvo de um cuidado especial para garantir que o menor ruído possível.
O iFi Zen Phono amplifica não só as comuns células MM (íman móvel), mas também as mais exóticas MC (bobine móvel)
A sua utilização é muito simples: liga-se numa entrada de linha disponível no amplificador stereo, no Zen Phono pode ser ligado nas comuns entradas RCA, ou, caso opte por adquirir o cabo balanceado, é só ligar na entrada TRS 4,4 mm. Depois só tem de escolher o ganho adequado correspondente a uma das quatro posições que o seletor disponibiliza para a célula que está a utilizar. Na frente, além do botão para ligar\desligar, existe outro botão para ativar o filtro subsónico que corta os sinais fora de fase abaixo dos 100 Hz e assim limita a extensão do woofer nas colunas, protegendo-as contra danos. Na prática é útil quando se quer ouvir aquele disco especial, mas que infelizmente está empenado. Existem ainda indicadores luminosos do tipo de célula que se está a usar, bem como a sua sensibilidade. Outra funcionalidade interessante é sempre que se seleciona um diferente tipo de ganho, o som é cortado para evitar que flutuações na corrente possam enviar uma descarga para as colunas e potencialmente danificá-las.
O tamanho do pequeno iFi Zen Phono não faz justiça à sua performance
O resultado é um amplificador com uma performance irrepreensível. No teste que efetuamos com um gira-discos Pro-Ject X1 com uma modesta célula Pick it S2 MM, ficámos impressionados com a dinâmica, clareza e o silêncio de fundo obtidos ao ouvir tocar o LP da banda sonora "The Life Aquatic Studio Sessions", um álbum aparentemente simples cuja gravação oscila entre o intimismo nos temas "Changes" e "Life On Mars" e o desespero em "Five Years". A voz e a guitarra de Seu Jorge nunca nos soaram tão bem. Mudamos de disco e a experiência repete-se, desta vez um clássico já bem nosso conhecido em praticamente todos os formatos: o contra-baixo de Paul Chambers, juntamente com o piano de Bill Evans e a trompete de Miles Davis em "Kind of Blue" são-nos apresentados de forma quase holográfica, tal é a clareza da gama média e ausência de ruído de fundo.
O tamanho deste pequeno iFi Zen Phono não faz justiça à sua performance. A qualidade musical que consegue extrair dos discos de vinil leva a que se queira experimentar células mais exóticas e que facilmente serão mais caras que o próprio amplificador. Ouvir discos de vinil com qualidade nunca foi tão fácil.
iFi Zen Phono |
Preço: 198,99 euros em Smart Stores